segunda-feira, 24 de março de 2014

... ENEM QUE A VACA TUSSA!

Para hoje temos um texto muito interessante que foi escrito por Flávio, do blog Opiniaum. Parabéns, Flávio. É um bom texto. Boa leitura.

... ENEM QUE A VACA TUSSA!



Não é de hoje que os erros de português no ENEM são matéria de piadas. Já há alguns anos, a gente recebe e-mails com “as pérolas do ENEM”; ou você nunca recebeu algum?

Agora, uma coisa é caçoar dos erros dos alunos, que só comprovam o péssimo nível do ensino no Brasil, principalmente o ensino público. Uma situação que o governo resolveu corrigir, instituindo o sistema de cotas para o ingresso nas universidades, uma providência inédita: em vez de melhorar o nível do ensino, resolve piorar o nível dos aprovados.

Outra situação (e bem mais grave) é quando vejo, como estou vendo agora na internet, que redações com erros como “enchergar”, “trousse” e “rasoável”, tiraram nota máxima no ENEM. Francamente: será que o governo não enxerga que erros assim não são razoáveis? Quem trouxe para o MEC esse sistema de correção de provas?

Mais: vejo que um aluno fez 560 pontos na redação, copiando uma receita de miojo para encher espaço, quando o tema era, pelo que pude entender, movimentos migratórios para o Brasil. Meus parabéns ao cara, pela criatividade; mas, afinal, a prova é de redação ou de culinária?

Eu, que ganho a vida como redator, sinto os cabelos arrepiados com essas barbaridades; e, confesso, fico preocupado com o futuro da minha profissão e do nosso País. Do jeito que a coisa vai, acho que logo teremos o Tiririca escrevendo um livro didático para o MEC. É só o que falta.

Pelo jeito, acho que o governo resolveu, mesmo, oficializar a ignorância e o baixo nível do ensino. Mas, pensando bem, afinal pra que o cara precisa estudar, se tem sistema de cotas?  Ou trabalhar, se tem Bolsa Família? São os milagres do PT.

Com este descaso pela educação, não vejo como o Brasil possa sair do subdesenvolvimento; nem que a vaca tussa, como diria meu avô.

Coitado do português. E dos brasileiros!

quinta-feira, 20 de março de 2014

Motel, de Luiz Fernando Veríssimo

MOTEL
Luiz Fernando Veríssimo

Mirtes não se aguentou e contou para a Lurdes:
- Viram teu marido entrando num motel.
A Lurdes abriu a boca e arregalou os olhos. Ficou assim, uma estátua de espanto, durante um minuto, um minuto e meio. Depois pediu detalhes.
- Quando? Onde? Com quem?
- Ontem. No Discretíssimu's.
- Com quem? Com quem?
- Isso eu não sei.
- Mas como? Era alta? Magra? Loira? Puxava de uma perna?
- Não sei, Lu.
- Carlos Alberto me paga. Ah, me paga.
Quando o Carlos Alberto chegou em casa a Lurdes anunciou que iria deixá-lo e contou por quê.
- Mas que história é essa, Lurdes? Você sabe quem era a mulher que estava comigo no motel. Era você!
- Pois é. Maldita hora em que eu aceitei ir. - Discretíssimu's! Toda a cidade ficou sabendo. Ainda bem que não me identificaram.
- Pois então?
- Pois então, que eu tenho que deixar você. Não vê? É o que todas as minhas amigas esperam que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não reagir.
- Mas você não foi enganada. Quem estava comigo era você!
- Mas elas não sabem disso!
- Eu não acredito, Lurdes! Você vai desmanchar nosso casamento por isso? Por uma convenção?
- Vou!
Mais tarde, quando a Lurdes estava saindo de casa, com as malas, o Carlos Alberto a interceptou. Estava sombrio:
- Acabo de receber um telefonema - disse. - Era o Dico.
- O que ele queria?
-Fez mil rodeios, mas acabou me contando. Disse que, como meu amigo, tinha que contar.
- O quê?
- Você foi vista saindo do motel Discretíssimu's ontem, com um homem.
- O homem era você!
- Eu sei, mas eu não fui identificado.
- Você não disse que era você?
- O que? Para que os meus amigos pensem que eu vou a motel com a minha própria mulher?
- E então?
- Desculpe, Lurdes, mas...
- Mas o quê???
- Vou ter que te dar uma surra...

CONCLUSÃO: DEVEMOS CUIDAR APENAS DA NOSSA SAÚDE, POIS DA NOSSA VIDA, TODO MUNDO CUIDA.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Dia Internacional da Mulher

Amanhã é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Houve - e há - várias mulheres que fizeram - e fazem - coisas grandiosas na História da Humanidade. Abaixo, confiram uma música que foi feita para uma mulher brasileira chamada Zuzu Angel.


ANGÉLICA

Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele não pode mais cantar

(De Chico Buarque e Miltinho (MPB-4) para a estilista Zuzu Angel, morta em circunstâncias misteriosas, depois de enfrentar a ditadura militar para encontrar o corpo de seu filho, Stuart Angel Jones, torturado, assassinado e "desaparecido" pelo governo militar, nas dependências da Aeronáutica, década de 1970.)

Fontes: Letra da Música "Angélica" , História da vida de Zuzu Angel , Instututo Zuzu Angel , Chico Buarque - Angélica .